Olhar para a Igualdade: 26 de abril de 2018

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Da ONU: O segundo Especialista Independente sobre proteção contra violência e discriminação por motivo de  orientação sexual e identidade de gênero, Víctor Madrigal Borloz, assumiu o cargo em janeiro. A ARC International aproveitou este marco para avaliar o progresso alcançado pelo primeiro especialista, Vitit Muntarbhorn, e para explorar como Borloz poderá utilizar os mecanismos da ONU para melhor cumprir o mandato e servir a comunidade.

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HIV, Saúde e Bem-Estar: A África do Sul  está utilizando kits de autoteste para enfrentar a discriminação e vincular com mais sucesso as pessoas vivendo com HIV aos serviços de saúde. Os aconselhadores esperam divulgar a mensagem de que “quanto mais cedo você faz o teste, mais tempo de vida terá”.

A APCOM, a Rede da Ásia Pacífico sobre Saúde e Direitos Humanos de gays e pessoas trans, fez uma parceria com autoridades de Camboja, Mianmar, Laos, Tailândia e Vietnã para lançar uma pesquisa sigilosa sobre a vida sexual e a saúde de homens gays e bissexuais  para melhorar a resposta regional às necessidades da comunidade no enfrentamento do HIV. 

Nos EUA, está aumentando o número de serviços de saúde pública que estão incentivando as pessoas a iniciar a PrEP, especialmente mulheres afro-americanas, homens gays e bissexuais masculinos. Na Escócia, o Dr. Rak Nandwani, do Serviço Nacional de Saúde deem Glasgow, anunciou que durante os primeiros oito meses do novo programa de apoio total à PrEP, a demanda “ultrapassou em muito as expectativas”. E no Brasil, o Instituto de Tecnologia em Fármacos anunciou que vai começar a produzir a PrEP no país. Com isso, o governo prevê uma redução de 60% no custo do tratamento.

O CDC dos EUA divulgou dados novos que mostram que as notificações de casos de clamídia, gonorreia e sífilis atingiram um nível sem precedentes. O CDC identificou que gays, bissexuais masculinos e outros homens que fazem sexo com homens na faixa dos 15 aos 24 anos têm maior risco de infecção. Na Califórnia, pesquisadores estão utilizando as mídias sociais para monitorar e prever novos surtos de sífilis

O Instituto de Ciência e Pesquisa Ambiental da Nova Zelândia revelou que o número de casos notificados de sífilis aumentou em mais de 100% desde 2015. A Diretora de Saúde Pública do Ministério da Saúde, Dra. Caroline McElnay, pediu para a comunidade usar o preservativo. 

Na África do Sul, a Sociedade de Psicologia (PsySSA) publicou diretrizes locais inéditas para profissionais de psicologia que trabalham com pessoas com orientação sexual e identidade de gênero diversas. As diretrizes ajudarão os profissionais de saúde mental a trabalharem com pessoas LGBTQ de “maneira afirmativa e relevante”.

No Reino Unido, profissionais de saúde discutiram o aumento em queixas de saúde mental, incluindo ansiedade e depressão, entre pessoas LGBTQ e especialmente entre homens e meninos pressionados a “tomar jeito de homem”. E nos EUA o psicólogo Jack Turban conversou com homens gays e bissexuais masculinos sobre o impacto negativo dos aplicativos de relacionamento na saúde mental.

No Sri Lanka, o Dr. Ruwan M. Jayatunge explorou a história da homofobia e como continua tendo um impacto negativo sobre a saúde mental e física das pessoas LGBT no país. 

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Do mundo da política: Parlamentares do Lesoto ouviram “apresentações emocionadas” e pareceres de outros legisladores sobre a questão de proporcionar acesso universal aos direitos e aos serviços de Saúde Sexual e Reprodutiva, HIV e AIDS, especialmente para populações-chave, incluindo profissionais do  sexo e pessoas LGBTI. O Ministro da Justiça, Direitos Humanos e Serviços Correcionais, Mokhele Moletsane, observou que os pareceres eram “reveladores” e pediu uma “transformação rigorosa do nosso marco jurídico” para contemplar as populações-chave:

“Devemos lembrar que existe a comunidade LGBTI. Ao provermos serviços, devemos lembrar que eles fazem parte da nação. Assim como as demais pessoas, eles têm direitos.”

Como parte do plano estratégico da Rússia para acabar com a AIDS, o Ministério da Saúde elaborou um projeto de lei que tornaria ilegal negar a existência do HIV ou recomendar a uma pessoa vivendo com HIV que não procurasse tratamento.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública de El Salvador lançou a "Política Institucional de Atenção à População LGBTI" para garantir que os direitos das pessoas LGBTI sejam respeitados.

O parlamento de Portugal aprovou uma proposição que permite que pessoas acima de 16 anos de idade possam autodeterminar seu gênero sem intervenção médica. Além disso, a legislação proíbe o tratamento médico desnecessário de crianças intersexo.

A Junta Central de Impostos Diretos da Índia (Central Board of Direct Taxes - CBDT) cumpriu recentemente a decisão de 2014 da Suprema Corte que reconheceu as pessoas trans como sendo do “terceiro gênero” e exigiu que o governo garantisse que as pessoas trans tenham igual acesso à previdência, aos benefícios e a carteiras de identidade. A CBDT introduziu uma categoria transgênero para a obtenção do Número de Conta Permanente (Permanent Account Number - PAN)—necessário para declarar impostos, abrir contas bancárias e se inscrever para um telefone fixo ou celular, entre outras coisas. Antes dessa mudança, os serviços poderiam ser negados às pessoas trans porque o gênero que constava na carteira Única de Identidade (Aadhaar) não correspondia ao PAN.

Em Uganda, alguns parlamentares afirmam que vão reapresentar o Projeto de Lei Anti-Homossexualidade de 2014 que penaliza com prisão perpétua as pessoas acusadas de serem gays. Os parlamentares aprovaram uma moção elogiando a presidente do parlamento, Rebecca Kadaga, pela forte linguagem que usou contra os direitos LGBT na Reunião de Cúpula da União Interparlamentar (IPU), na qual anunciou que Uganda se retiraria da IPU caso os direitos LGBT fossem endossados. Em matéria no Washington Blade, Richard Rosendall entrevistou ugandenses que estão fugindo do país devido à retomada dos esforços para criminalizar as pessoas LGBT.  

Na província de Aceh, na Indonésia, autoridades anunciaram que criminosos não serão mais açoitados em público após a flagelação de dois homens acusados de serem gays ter sido filmada e postada na internet.  Enquanto o parlamento da Indonésia resolveu suspender a votação da emenda do código penal que criminalizaria as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo e o sexo fora do casamento, Grace Poore, da OutRight International, fez um chamado para políticos moderados instituírem proteções contra a discriminação e pediu para líderes religiosos moderados, prestadores de serviços de saúde, e famílias oferecerem refúgio à comunidade. 

A Comissão de Direitos Humanos da Zâmbia anunciou que o governo aceitou 90% das recomendações feitas durante a Revisão Periódica Universal da ONU. No entanto, rejeitou a recomendação de que a Zâmbia deveria proteger os direitos das pessoas LGBT.

Na cúpula anual dos países da Commonwealth (Comunidade das Nações) realizada em Londres, a primeira ministra do Reino Unido, Theresa May, atendeu aos pedidos de ativistas e fez um pedido formal de desculpas, afirmando que “lamenta profundamente” que o Reino Unido tenha introduzido leis discriminatórias criminalizando relações entre pessoas do mesmo sexo na era colonial. Prometeu o apoio do Reino Unido para qualquer nação integrante da Commonwealth que queira reformar a “legislação desatualizada”. O advogado em direitos humanos, Arvind Narrain, examinou o que o “lamento” de May significa para os países da Commonwealth, como a Índia. Enquanto isso, no Fórum da Juventude da Commonwealth, o príncipe Harry e sua noiva, Meghan Markle, falaram para ativistas que as questões LGBT são “direitos humanos básicos”. 

Na Jamaica, o primeiro ministro, Andrew Holness, revidou diante da pressão de alguns grupos pró-LGBT e de alguns países que estão frustrados com a lentidão do país em garantir os direitos LGBT, afirmando:

“Há dez anos, teria havido um posicionamento muito mais inflexível sobre a questão da homossexualidade – sobretudo da perspectiva religiosa – mas eu acho que ao longo dos últimos 10 anos de diálogo, a sociedade está discutindo abertamente esta questão e as opiniões estão mudando”.

Na Polônia, onde a constituição proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo, estão se iniciando as campanhas para a eleição presidencial de 2020. Uma nova pesquisa de opinião pública mostrou que os três principais concorrentes para o cargo incluem o prefeito assumidamente gay e ativista LGBT, Robert Biedroń. Enquanto isso, no Paraguai, o recém-eleito presidente, Mario Abdo Benítez, fez campanha baseada em uma plataforma que incluía oposição tanto ao aborto quanto ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Nos EUA, a organização Human Rights Campaign divulgou um alerta para políticos em campanha: “Os americanos estão utilizando o voto como uma voz em prol da igualdade”. Os ativistas apontam para vitórias recentes contra projetos de lei que ameaçam os direitos civis da população LGBTQ—embora 120 projetos de lei tenham sido propostos na última legislatura, nenhum foi sancionado até o momento. Como explicou um especialista em questões legislativas: “Ser contra a igualdade não é mais considerado uma boa prática política.” 

O governo federal dos EUA anunciou sua proposta para revogar regras que atualmente impedem que médicos, hospitais e planos de saúde discriminem as pessoas trans. O jornal New York Times fez uma matéria informando que o Setor de Direitos Civis do Departamento da Educação dos EUA começou a descartar “centenas de casos de direitos civis” que colocam “uma sobrecarga excessiva” nos recursos. A mudança causa preocupação para grupos de apoio aos estudantes, sobretudo porque o Departamento já sucateou proteções voltadas para estudantes trans, entre outros. 

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A política e o casamento: Em maio de 2017, a Corte Constitucional do Taiwan tomou uma decisão histórica e determinou que a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo é inconstitucional e deu prazo de dois anos ao Legislativo (Yuan) para aprovar novas leis que proporcionem o direito ao casamento a casais do mesmo sexo. Contudo, passado um ano do período de carência, ativistas anti-LGBT requereram com sucesso que a Comissão Eleitoral Central considerasse um referendo que poderia derrubar a decisão da Corte Constitucional.

As perguntas propostas para o referendo indagam se as uniões em Taiwan deveriam se restringir aos casais heterossexuais, e se o currículo da educação nacional deveria excluir a “educação gay e lésbica”, apesar das normas para o currículo criadas pela Lei da Educação em Igualdade de Gênero  de 2004. Agora as propostas precisam conseguir quase 282 mil assinaturas (1,5% do total de eleitores elegíveis) para que o referendo nacional venha a ser realizado. 

A Tailândia está elaborando um projeto de lei que permita "parcerias vitalícias registradas" para os casais do mesmo sexo.

Na República Tcheca, uma nova pesquisa revelou que a maioria das pessoas apoia a ideia do casamento entre pessoas do mesmo sexo e acredita que deve ser permitido aos casais de gays e de lésbicas adotarem filhos. 

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Que os tribunais decidamO Superior Tribunal de Justiça de Trindade e Tobago tomou uma decisão inédita e determinou que são inconstitucionais as leis que criminalizam as relações consentidas entre adultos do mesmo sexo. O procurador geral, Faris Al-Rawi, já anunciou que o governo vai recorrer da decisão. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) aplaudiu a decisão

Embora muitas pessoas tenham comemorado a vitória, os noticiários locais relataram forte reação negativa, incluindo vandalismo, protestos e pessoas suspeitas de serem gays sendo despejadas de suas casas. A Igreja Católica declarou apoio para a decisão e apoiadores divulgaram um  “informativo” que explica o que a decisão significa e o que não significa.

A Suprema Corte do Quênia está prestes a decidir se são inconstitucionais as leis que criminalizam relações sexuais consentidas em privado entre adultos do mesmo sexo. O presidente Kenyatta continua a desprezar publicamente os direitos das pessoas LGBT, dizendo que “não se trata de um problema”, apesar da cobertura negativa na imprensa local ter levado a violência contra as pessoas LGBT. Não obstante, ativistas consideram que a decisão recente que proibiu a prática de exames anais forçados em homens suspeitos de serem gays foi um passo na direção certa.  

Nos EUA, decisões recentes de tribunais federais em Porto Rico e Idaho determinaram que deve ser permitido às pessoas trans mudarem o gênero na certidão de nascimento. Nos EUA, o procedimento e o direito à retificação do gênero variam conforme o estado—apenas os estados de Kansas, Ohio e Tennessee ainda proíbem a retificação do gênero.

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Em nome da religião: No Reino Unido, a líder anglicana evangélica, Jayne Ozanne, lançou uma nova organização para promover a igualdade das pessoas LGBTQ dentro das organizações religiosas.

Nos EUA, a ativista Charlotte Clymer escreveu sobre sua frustração com cristãos evangélicos que fazem das orações “armas” contra as pessoas LGBTQ, e como sua fé a tem ajudado a orar por eles.

O novo estudo publicado no American Journal of Preventive Medicine avaliou dados de mais de 21 mil estudantes universitários e revelou que entre os estudantes que se identificam como LGBQ, que o maior envolvimento com religiões estava associdado a um maior o risco de pensamentos suicidas. Os pesquisadores observaram que muitas vezes as comunidades religiosas são grandes parceiras na prevenção do suicídio e pediram que estejam “dispostas e preparadas para auxiliar todas as pessoas que buscam seus serviços, independente da orientação sexual”.

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Medo e ódio: Na Nigéria, o grupo Lawyers Alert divulgou um novo relatório que documenta denúncias de violações contra minorias sexuais no último ano, em especial homens gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens. Entre os achados, o relatório sugere que muitas vezes a polícia prende as pessoas para "assediar, intimidar e extorquir as vítimas, sem qualquer disposição para instaurar processos judiciais corretos".

Nos EUA, a Coalizão Nacional de Programas contra a Violência noticiou que os homicídios de pessoas LGBT aumentaram em 86% em 2017 em comparação com o ano anterior. As mulheres trans negras formaram a maioria das vítimas, com pelo menos 27 assassinatos de pessoas trans registrados em 2017. 

Nas Filipinas, a escritora Ana Santos conversou com pessoas LGBT que foram deslocadas de seus países devido às forças do Estado Islâmico (ISIS), mas que temem retornar por causa dos ataques contra a comunidade LGBT. Na Indonésia, o escritor Jeffrey Hutton conversou com Monica, uma das mulheres trans espancadas e detidas temporariamente pela polícia em meio a medidas repressivas contra as pessoas trans locais. Na Chechênia, dois homens que escaparam da caça aos suspeitos de serem gays falaram para a BBC Rússia sobre as humilhações e torturas a que foram sujeitos.

No Reino Unido, a polícia de Manchester é a primeira corporação policial do país a documentar pessoas LGBT vítimas de violência doméstica. Em apenas um ano após a alteração do protocolo, a corporação anunciou que registrou 775 incidentes na área. Joanne Simpson, diretora do grupo sobre abuso doméstico Independent Choices, fez um chamado para que mais áreas adotem o protocolo: 

“Eu acredito que se não procuramos pelos problemas, podemos fazer de conta que não existem – é mais fácil para o Estado ignorar o problema do abuso doméstico envolvendo pessoas LGBT.”  

Nos EUA, o HuffPost fez uma matéria sobre jovens sem-teto—o Center for AmericanProgress afirma que 40% dos jovens sem-teto nos EUA são LGBTQ—como pode ser visto pela vida dos jovens queer sem-teto em Los Angeles

No Reino Unido, o Buzzfeed publicou uma matéria investigativa em duas partes sobre a epidemia do “sexo gay por aluguel”, na qual homens aproveitam a crise da moradia no Reino Unido para forçar as pessoas a fazerem sexo em troca de um lugar para ficar. Embora os meios de comunicação já tenham noticiado o fenômeno entre mulheres jovens, o Buzzfeed explorou as “consequências arrasadoras” enfrentadas por homens jovens atraídos por anúncios no Facebook e em outros sites online.

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Ventos de mudança: A principal rede social da China, Sina Weibo, lançou uma campanha de “limpeza” para censurar pornografia e conteúdos “relacionados à homossexualidade”, fechando páginas populares como a "Gay Voice". Os usuários protestaram imediatamente e a campanha com a hashtag “Eu sou Gay” #我是同性恋  recebeu mais de 240 milhões de visualizações e 170 mil posts antes da Weibo tirá-la do ar. Até o jornal estatal o People’s Daily fez um editorial que parecia criticar a censura, afirmando: 

“Intelectualmente falando, deve existir consenso acerca do respeito à orientação sexual das outras pessoas.”

Em um fato inédito, a Weibo voltou para trás com a proibição do conteúdo gay. 

Em uma série de novas matérias, o Williams Institute utilizou o Índice de Aceitação Global para avaliar a aceitação de pessoas LGBTI e como esta forma de inclusão tem impacto sobre o desenvolvimento econômico. Entre os achados, o Instituto observou que cada aumento de um ponto no Índice estava associado a um aumento de $ 1.506,00 no PIB per capita.

O Global Philanthropy Project publicou um novo relatório abrangente sobre o financiamento filantrópico e governamental das questões LGBTI. O relatório mostra que o apoio em 2015-2016 aumentou em $100 milhões quando comparado com o período 2013-2014. Os pesquisadores esperam que o relatório ajude financiadores e líderes de movimentos a identificarem melhor as lacunas e assim aumentar o impacto.

A organização Out-Right Namibia (ORN) divulgou um novo relatório que apresenta a Agenda de Igualdade da Namíbia  voltada para a descriminalização das pessoas LGBTIQ+. 

As organizações Human Rights Watch e Arab Foundation for Freedoms and Equality(AFE) publicaram um novo relatório explorando os desafios enfrentados por ativistas LGBT árabes. Uma série de vídeos que acompanha o relatório intitulada “No LongerAlone” (Não estou mais sozinho) trata de ativistas de língua árabe que descrevem suas jornadas de autoaceitação.  

Na África do Sul, o Triangle Project e o LGBTQ Victory Institute publicaram um novo relatório sobre o engajamento político e cívico das pessoas LGBTQ, incluindo guias destinados a incentivar as pessoas LGBTQ a ajudarem a moldar a comunidade.

Também na África do Sul, mais de 800 moradores do distrito de Lwandle assinaram um abaixo-assinado pedindo que o Tribunal de 1ª Instância negue fiança a um homem acusado de assassinar Noxolo Xakeka, uma lésbica da vizinhança. 

Na Austrália, ativista LGBTI+ e professor universitário, Ryan Storr, refletiu sobre a tendência da homofobia em muitas das atividades esportivas na região. Enquanto isso, um grupo de anciães LGBTIQ de Tonga e Samoa publicou uma carta aberta ao astro do rúgbi australiano, Israel Folau, depois que o atleta fez comentários condenando as pessoas LGBTIQ ao “inferno” em suas mídias sociais. Pediram que pensasse nos jovens impressionáveis que o admiram e que talvez um dia possam vitimizar uma pessoa LGBTIQ por causa das palavras que usou:

“E talvez você negue isto, porque ‘estou apenas falando o que sinto, não posso ser responsabilizado pelas ações de outro ser humano,’ mas nós sabemos mais porque durante mais de 40  anos vimos recebendo tal condenação, ódio e difamação.”

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Em marcha: Ativistas da Suazilândia esperam realizar o primeiro festival e parada do Orgulho do país neste verão. Os organizadores esperam que o evento seja visto como um dia divertido para as famílias e que “não espante a participação das pessoas”, trazendo ao mesmo tempo a visibilidade que pode levar à aceitação. 

Nos EUA, durante a Parada do Orgulho de Phoenix, estourou um confronto entre policiais do Arizona presentes no evento e o Trans Queer Pueblo (TQP), um grupo que apoia pessoas LGBTQ indocumentadas. Integrantes do TQP disseram que não se sentem incluídos ou seguros na Parada.

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Ambiente educacional: A Organização Internacional de Jovens e Estudantes LGBTQI (IGLYO) em parceria com a Fundação Thomson Reuters publicou um novo relatório, "Expressão Encurtada", que analisa os argumentos utilizados para defender legislação que proíbe a “propaganda gay” na Europa Oriental e Central. Observando que o relatório expõe contradições entre leis contra propaganda e leis locais e internacionais em defesa da liberdade de expressão e do acesso à informação, Antonio Zappulla, da Reuters, disse que o relatório:

"empolga o leitor e é uma ferramenta poderosa que pode ser utilizada por ativistas e ONGs que defendem os direitos humanos no mundo inteiro."

Um novo estudo nos EUA revelou que os pais se sentem despreparados para falar sobre saúde sexual com os filhos adolescentes LGBTQ, tanto por falta de conhecimento quanto pelo desconforto em relação ao assunto. Enquanto isso, o integrante da organização AIDS United, Drew Gibson, escreveu sobre os esforços do governo federal dos EUA para promover a educação exclusivamente em abstinência nas escolas.

O Ministro da Educação da Irlanda, Richard Bruton, anunciou que o Ministério está realizando uma revisão da educação em relacionamentos e sexualidade nas escolas, com atenção específica na modernização das orientações sobre “questões LGBTQ+”, consentimento e métodos anticoncepcionais.

O jornalista do Reino Unido, Mark Bonington, escreveu sobre como o sistema tradicional de internatos incentiva a homofobia e a “hipermasculinidade nociva”.

O escritor Alex Morris falou aprofundadamente para o grupo “pequeno porém crescente” de pais que procuram criar os filhos com “abertura de gênero” ou “criatividade de gênero” sem atribuir-lhes um gênero. Alguns pais esperam que se as pessoas não sabem o sexo do seu filho, aquele filho não será moldado para se conformar a estereótipos, e sim poderá se desenvolver livremente. 

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Comércio e tecnologia: Nos últimos anos economistas têm estimado o poder do “dólar cor-de-rosa”—o poder aquisitivo de consumidores LGBTQ, seja entre $3,7 e $5 trilhões mundialmente.  Além disso, estudos têm demonstrado que publicidade inclusiva de LGBTQ impulsiona melhor reconhecimento de marcas e pode aumentar vendas em 40%.

Por outro lado, o executivo publicitário da África do Sul, Wouter Lombard, criticou as empresas por faltar com autenticidade e depender de estereótipos e do arco-íris nos esforços de marketing junto à comunidade.

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Esportes e cultura: NoTimor Leste, dignitários influentes, incluindo o ex-presidente Xanana Gusmão, estiveram no lançamento do documentário The Road to Acceptance (O caminho para a aceitação), criado pelo grupo ativista Hatutan Youth. O vídeo inspirador de 15 minutos pode ser assistido online. 

Embora uma fonte de notícias russa tenha anunciado que será estabelecida uma Casa do Orgulho durante a Copa do Mundo de 2018 na Rússia, a Pride HouseInternational, a organização que desenvolve espaços seguros para espectadores e atletas LGBT+ e aliados, afirmou não ter sido contatada pelos organizadores locais. Muitos ativistas estão preocupados que a “lei russa contra a propaganda gay” prejudique a segurança de espectadores e atletas durante os jogos. 

Enquanto isso, a busca pelo país sede da Copa do Mundo 2026 já está em andamento, com os EUA e o Marrocos considerados os principais candidatos. Uma investigação realizada pela Associated Press (AP) mostrou que o Marrocos não levou em consideração as leis do país que criminalizam a homossexualidade e nem as medidas necessárias para garantir a proteção de espectadores e atletas LGBT. 

Um novo livro infantil You Be You! Explaining Gender, Love & Family (Seja você! Explicando gênero, amor e família) foi publicado em 12 idiomas, incluindo árabe, chinês e hebraico. O autor Jon Branfman procurou amigos e colegas para ajudarem com a tradução e realizarem consultas junto a comunidades locais de minorias sexuais e de gênero. 

Na Espanha, o dramaturgo Guillem Clua refletiu sobre o aumento no registro de crimes de ódio contra pessoas LGBT em Madri, o que levou à criação de sua peça The Swallow (a andorinha).

Por último, confira este vídeo do Zoológico Real de Amsterdã (Artis) sobre um filhote de abutre e seus pais gays! O casal chocou um ovo abandonado no ano passado—foi a primeira vez em cinco anos que um ovo de abutre foi chocado com sucesso no zoológico. Este mês o zoológico soltou o filhote e mais outro na Sardenha como parte de um projeto de conservação.

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Devemos lembrar que existe a comunidade LGBTI. Ao provermos serviços, devemos lembrar que eles fazem parte da nação. Assim como as demais pessoas, eles têm direitos.” 

~ Ministro da Justiça, Direitos Humanos e Serviços Correcionais do Lesoto, Mokhele Moletsane